Caricaturas no Brasil
primeiros tempos.
A primeira caricatura brasileira |
O Barão de Santo Ângelo, Manuel de Araújo Porto
Alegre, é considerado o primeiro caricaturista brasileiro, por um desenho de
1837 atribuído a ele. Esse aparecimento relativamente tardio da caricatura na
nossa história é revelador da demora da demora que a imprensa levou a chegar
até nós, apesar de Gutenberg ter sido quase contemporâneo da descoberta do
Brasil. Embora no período colonial o Brasil tenha sido privado da imprensa por
determinação real, a caricatura já se manifestava de outras formas como
expressão do povo nas festas no carnaval, de bumba meu boi, na malhação do
Judas, e através de bonecos e fantasias que satirizavam pessoas e costumes da
época.
A primeira publicação humorística especializada no país
foi semana ilustrada que apareceu ainda mias tarde, em 1860 . Em 1870 foi
lançada a Revista Illustrada, de Angelo Agostini. Seguiram – se então muitas
outras publicações, entre elas o Bazar Volante do francês Joseph Mil e Vida
Fluminense. Estas revistas a maioria de curta duração surgiram aproveitando o
clima da relativa liberdade tolerada do Segundo Império. Em 1869 apareceu O
Mosquito onde mais tarde colaboraram Rafael Bordalo Pinheiro, que viveu no
Brasil entre 1876 e 1879, já trazia experiência e fama como caricaturista em
Portugal. Pedro Américo que retornava da Europa certamente contribuiu com
espírito irreverente francês que caracterizou a caricatura na época.
O inicio do séc XX trouxe mais revistas : O Malho ( 1902
), Kosmos ( 1904 ), Fon Fon, Careta ( 1908 ) e Revista da Semana. Essas
revelações revelaram inumeros talentos, como Raul Paranhos, K Lixto, J.Carlos ,
Rian, Max Yantok e outros.
Em 1911 outro português , Vasco Lima publicou o Album de
Caricturas, que mais tarde se tornou O Gato. Essa revista fez o sucesso pelas
suas charges políticas e nela colaborou Seth.
Mestre Lan |
O caricaturista e pesquisador Alvarus acrescenta como
reverência a essa lista os nomes de Belmiro , Whidoph, Celso Herminio, Amaro
Amaral, Ruben Gill, Néri, Olvaldo, Roamano, Vieira da Cunha, Madeira de feitas,
Trinas Fox, Francisconi, Raul Gomes e Fritz. A revolução de 1930 e o Estado de
Novo decretado em 1937, trouxeram como conseqüência severa, a censura da
imprensa pelo governo federal, o que marcou um hiato no desenvolvimento da
caricatura brasileira. Mesmo assim foi notável nessa época o humorismo do Brão
de Itararé , ou Aporelly, com um texto satírico baseado no trocadilho e na
ironia política, apoiado pelo cartunista André Guevara, paraguaio radicado no
Brasil. Na década de 1940 como o retorno da democracia, revelou se uma nova
geração de caricaturistas: Théo, Hilde, Tomas Santa Rosa, Augusto Rodrigues,
Lan em Luis Sá. Na revista o Cruzeiro apareceu Alceu Penna, Carlos Estevão,
Péricles e Vão Gogo ( Millor Fernandes ). Os anos dourados de 1950 e os que
vieram a seguir trouxeram Ziraldo, Borjalo, Juarez e Zélio, que passaram a
figurar as páginas de O Cruzeiro e Manchete, Millor Fernandes, depois que
deixou O Cruzeiro, fundou o Pif – Paf, revista humorística de curta duração.
As transformações sociais e os eventos políticos dos anos
60 e 70 favorecem o surgimento em 69, de O Pasquim uma revista em formato de
jornal de extraordinário sucesso e significação, dirigida pelo jornalista Tarso
de Castro , onde pontificaram os cartunistas Jaguar, Reginaldo José , Claudius,
além de Ziraldo, Zélio, Millor e tantos outros. Foi O Pasquim que lançou nacionalmente
o mineiro Henfil. O Pasquim foi uma plataforma de sátira e irreverência,
comentando a sociedade brasileira da atualidade. A despeito – ou por causa – do
rígido controle da imprensa exercido no período de excenção dos anos 70. O
Pasquim era tolerado pelo regime vigente, tornando-se um conveniente válvula de escape para uma
época de severa censura de opinião. O Pasquim na mesma linha irreverente e
contestatória do National Lampoon norte amaricano , inspirou outras publicações
alternativas à imprensa da época como Versus, editado por Marcos Faermann,
Bondinho e Pato Macho.
A abertura democrática que se seguiu proporcionou espaços
para os humoristas brasileiros em todas as formas de comunicação.
A caricatura encontrou sucesso também na edição sucessivas
do Bar Brasil de Alex Solnik e Paulo Caruso que reúnem caricaturas em formas de
HQs, originalmente publicadas pela revista Senhor. A maioria dos caricaturistas
de sucesso tem publicado sua obra em forma de séries completas, material
selecionado ou em antologias, tanto individualmente como em obras coletivas.
A caricatura em todas as suas formas, está presente e
mais viva do que nunca em quase todos os jornais e revistas importantes do
Brasil e é uma de suas formas de opinião mais importante .
Se por um lado a mídia impressa que está em crise faz com
que o espaço disponível aos cartunistas se torne cada vez mais apertado
principalmente fora do eixo Rio-São Paulo , o desenvolvimento da nossa
caricatura tem sido intenso. A CARICATURA DO Brasil figura como uma das mais
expressivas do mundo, o que pode ser avaliado pelo reconhecimento profissional
e pelos inúmeros prêmios internacionais que os nossos artistas tem alcançado.
A história da caricatura no Brasil tem extensão o
suficiente para um livro próprio. Oferece campo de pesquisa muito vasto, fértil
e inesgotável na realidade ainda timidamente explorado. A síntese que
apresentamos aqui pode ser considerada apenas como esboço de todo um universo,
vivo em ebulição , do que foi e do que é a caricatura brasileira.
Um tributo especial precisa ser evocado , aqui, a autores
que deram contribuições importante para o estudo e para a memória da caricatura
brasileira. Herman Lima que publicou extenso material sobre a caricatura na
forma de ensaio, artigos e livros principalmente o tratado mais importante e
extenso que temos sobre a caricatura brasileira. Robens Gill legou-nos material
riquíssimo do levantamento que fez sobre a vida dos principais profissionais da
primeira metade deste século. Athos Damasceno
realizou e publicou estudos sobre a imprensa caricata no RS que são
preciosos. Álvaro de Moya é estudioso de um aspecto muito atual do cartunismo
as HQs . Nelson Werneck Sodré publicou
livros e artigos de incalculável significação sobre a história da nossa
imprensa. A obra desses pesquisadores é fundamental para o estudo da caricatura
brasileira.
A historia da caricatura brasileira está obviamente
vinculada à história da imprensa brasileira que, por sua vez tem origens na
história da imprensa em Portugal. Segundo Nelson Werneck Sodré em sua História
da Imprensa Brasileira, na época do descobrimento do Brasil e durante o período
de colônia, os livros em Portugal estavam sujeitos a três censuras, a episcopal
, a da inquisição e a régia , que proibiam a impressão de qualquer obra “sem
primeiro ser vista e examinada pelos desembargadores do Paço, depois de lida e
aprovada pelos Oficiais do Santos Oficio da Inquisição “. Isso implicava em que
a imprensa sob qualquer forma, era estritamente proibida no Brasil Colonial.
Foi somente no final do séc XVIII que começaram a
aparecer no Brasil bibliotecas particulares todas elas clandestinas. As
publicações entravam no país por contrabando, trazidas por marinheiros e
comerciantes, estabelecendo-se um verdadeiro mercado negro das obras impressas.
Com a vinda para o Brasil da família real portuguesa e a
abertura dos portos em 1808 é que se estabeleceu aqui as primeiras oficinas gráficas. Começou
a partir daí o desenvolvimento da impressão de livros e periódicos. Os jornais,
no entanto eram apenas tolerados e quem se manifestava contra o governo sofria
as sanções da censura e da perseguição.
Essa imprensa, ainda na sua infância, teve um papel de
importância durante a campanha pela independência =. Já havia muitos jornais em
circulação que no entanto não apresentava material ilustrativo. O clima de
tolerância existente na campanha não se manteve por muito tempo. Quando da sua
coroação em dezembro de 1822 , Dom Pedro I disponha de ilimitado poder. O
efêmero liberalismo estava derrotado, e a direita dominava, culminando com a
dissolução da assembléia constituinte. Tudo isso criou um clima insuportável
para a livre expressão da imprensa.
Mesmo assim logo após a Proclamacão da Indepedencia
ocorreu a vinda para o Brasil de muitos
franceses que aqui se radicaram e boa parte deles era constituída por livretos,
tipógrafos e até mesmo jornalistas. As oficinas litográficas e tipográficas
trazidas por esses imigrantes começaram a ser instaladas, dando impulso a
imprensa e tonando – se profissional.
A partir de 1826, com a instalação da Assémbleia
Legislativa e imprensa que reaparecia teve um impulso notável. Em 7 de abril de
1831, aconteceu abdicação de Dom Pedro I, começando com isso o período da
regência. A imprensa teve, nesses acontecimentos influencia muito grande,
principalmente a imprensa da esquerda.
Nesse período em que o Brasil experimentou um liberalismo
quase republicano acontece a partir de 1831 a proliferação de pasquins, dezena
deles, que se multiplicaram nos anos que se seguiram.
Nessa multiplicação de publicações apareceram também
folhas satíricas humorísticas como O Escorpião, O Meteoro e O Pensador. A
imprensa teve um papel relevante nas insurreições armadas que ocorreram durante
a regência como a Revolução Farroupilha no RGS, e a Cabanagem , no Pará. Não se
pode estudar a revolução gaúcha sem consultar, O Povo , O Mensageiro, O
Americano , Estrela do Sul e outros.
A Guerra do Paraguai não teve no Brasil, em toda sua
duração, uma boa imprensa. Ainda assim vale ressaltarem seu inicio o Diabo
Coxo, folha ilustrada por Angelo Agostini em São Paulo, que criticava e
satirizava com ironia os métodos de recrutamento.
Os jornais até então, não publicavam caricaturas, estas
circulavam apenas com estampas avulsas, ainda de forma tosca e sem qualidade.
As inovações técnicas, chegadas ao Brasil em meados do Séc XIX, permitiram o
advento da gravura, e consequentemente da caricatura, na imprensa brasileira,
causando considerável impulso assegurando novas condições a critica e ampliando
sua influência. Nesse sentido o texto humorístico foi precursor da caricatura,
que somente apareceu quando as técnicas da gravação permitiram conjugar as
palavras com a atração visual do desenho de imagem.
A
primeira caricatura brasileira
A primeira caricatura brasileira, atribuída a Manoel de
Araujo Porto Alegre com data de 1837 apareceu como uma estampa avulsa. Segundo
Francisco Rio pardense de Macedo, a primeira matéria sobre a publicação foi
exibida pelo jornal do comércio do Rio de Janeiro número de 277 de 14 de
dezembro de 1837, que traz a noticia de que “saiu a luz o primeiro numero de
uma nova intervenção artística, gravada sobre o magnífico papel representando
uma admirável cena brasileira, e vendida pelo módico preço de 160 réis cada
numero, na loja de livros e gravuras de Mongie, A Rua Do Ouvidor. A bela
invenção de caricaturas tão apreciadas na Europa, apareceu hoje pela primeira
vez no nosso país e sem dúvida receberá
o publico aqueles sinais de estima que ele tributa as coisas úteis, necessárias
e agradáveis.
A caricatura mais propriamente a charge, tratava de uma
critica as propinas recebidas por um funcionário do governo relativas ao
Correio Oficial. Esta estampa, bem como uma segunda aparecida no seguinte,
retratavam o criticado e não tinha assinatura. É curioso notar que Manuel
Araújo Porto Alegre que era ligado ao governo e tinha sido nomeado professo
Imperial Academia de Belas Artes nesse mesmo ano, fazia com estas caricaturas,
críticas ao oficialismo do qual participava.
Em 1840 a folha teatral Sganarelo aparecia com
caricaturas. Porém foi lanterna Mágica, que circulo no Rio De Janeiro entre
1844 e 1845, com o subtítulo de periódico Plástico Filosofico que assinalou de
forma sistemática, o inicio das publicações ilustradas com caricaturas
impressas. Circulava aos domingos era impresso com luxo e sua assinatura
custava dois mil réis por trimestre. Seu produtor era o próprio Manuel do
Araújo, tendo Lopes Cabral como desenhista e Rafael Mendes como o pintor. A
marmota Fluminense, continuadora de Marmota também publicou de maneira
sistemática gravuras litografadas em Paris.
O aparecimento da caricatura a passou a dar a imprensa recursos de enorme amplitude
e anunciava uma mudança que iria fustigar o processo político. Era um época de
grandes mudanças marcadas pela extinção do tráfico negreiro ( lei de 1850 ),
pela Guerra do Paraguai e pela consolidação do Império.
Manuel
de Araujo Porto Alegre
Manuel de Araújo Porto Alegre Nasceu em José do Rio
Pardo, Rio Grande do Sul em 29 de novembro de 1806. De origem pobre desde cedo
apresentou vocação para pintura. Pintou quando jovem painéis e cenários para
teatro. Aos 16 anos estava trabalhando como aprendiz de relojoeiro.
Recrutado para o serviço militar , foi para o Rio de
Janeiro em fins de 1826. Em 1827 matriculou – se na aula de Jean Baptista
Debret de quem se tornou amigo e aluno predileto freqüentando as aulas de
arquitetura e escultura. Ao mesmo tempo cursava os primeiros anos da Escola
Militar estudava filosofia e tomava lições de anatomia no Hospital de Santa Casa
.
Em 1831 partiu para a Europa em companhia de Debret
auxiliando por Evaristo de Velga, José Bonifácio e outros amigos influentes.
Fixou –se em Paris onde foi aluno do Barão de Gros , por recomendações de
Debret onde se destacou nas aulas de anatomia, certamente devido a experiência
que trazia do Brasil. Seus estudos na Europa estiveram sempre na dependência de
magros recursos vindos da generosidade alheia até que a assembléia Legislativa
lhe fixou em 1835 uma pensão de 600 mil réis com que viveu até 1837. Isso permitiu
que conhecesse a Itália onde permaneceu dois anos estudando em Roma. Percorreu
também várias outras cidades da Itália e visitou a Bélgica e a Inglaterra.
Voltou ao Brasil em 1837. Foi nomeado professor e depois
diretor da Academia Imperial de Belas Artes que foi reformada por ele. Fundou
também o Conservatório Dramático. Em 1840 foi nomeado Pintor da Câmera de Dom
Pedro II.
Em 1844 lançou Lanterna Mágica de sua propriedade e redação
com a colaboração de seu discípulo Rafael Mendes de Carvalho, cujas produções
nesse periódico – o primeiro a inserir caricaturas, sistematicamente no
Brasil - revelam - no também como caricaturista. A revista, que
durou até o numero 23, em 1845 dedicava
– se as letras, as artes plásticas à critica e à polêmica.
Além da publicação de Lanterna Mágica, Porto Alegre teve
ainda um papel de apreciável na divulgação da caricatura no Brasil, pois publicou outros trabalhos no gênero em
pranchas avulsas.
O talento de Manuel de Araujo Porto Alegre foi
direcionado para muitos interesses, entre eles
a ciência a literatura, o teatro
e a pintura. Fez projetos de arquiteturas para vários prédios do governo
inclusive o palácio imperial, o edifício do Banco do Brasil e a Casa Imperial de
Petrópolis . Tornou –se professor de desenho da Escola Militar e um dos
precursores da critica de arte do Brasil. Foi ainda um reconhecimento pintor de
retratos cenas históricas e paisagens.
Em 1863 voltou
pela segunda vez para a Europa exercendo o cargo de cônsul geral do Brasil na
Prússia e em Portugal quando recebeu o titulo de Barão de Santo Ângelo .
Manoel de Araujo Porto Alegre, também vereador e escritor
produziu ainda obras de poesia épica, teatro cômico e dramático , bem como
operas. Morreu em 1879.
Rafael Mendes do Carvalho
O pintor
catarinense discípulo e colaborador de Porto Alegre, Rafael Mendes do Carvalho
era proveniente de Laguna, Santa Catarina e ao que se sabe chegou ao Rio de
Janeiro em fins de 1839.
No inicio de
1840 fez uma série de litografias sobre costumes fluminenses publicadas pela
oficina gráfica de Frederico Guilherme Briggs. Foi discípulo de Porto Alegre
auxiliando o em muitos projetos oficiais de decoração. Matriculou –se na
Imperial Acdemia de Belas Artes em 1842, dedicando –se ao retrato. Rafael
Mendes de Carvalho foi o principal colaborador de Porto Alegre no lançamento de
Lanterna Mágica tendo sido seu caricaturista até o encerramento da revista .
Esteve em
Buenos Aires, desempenhando uma curiosa e difícil missão, a de neutralizar, na
região do Prata , por meio de charges contra o inimigo, a campanha
ridicularizadora que, pelo mesmo meio, os seguidores do ditador argentino Rosas
estavam fazendo contra Urquiza e o Brasil.
Trabalhou em
Gualeguaychu e em Entre Rios, no interior
da Argentina onde ganhou algum dinheiro fazendo pelo menos dois retratos de
Urquiza. Também esteve no Uruguai, desenhando caricaturas.
Briggs
Frederico
Guilherme Briggs nasceu no Rio de Janeiro, em 1817. Foi um dos primeiros alunos
da Academia Imperial de Belas Artes onde aprendeu a arte litográfica . Viajou
depois da Inglaterra, onde imprimiu um álbum com desenhos do Rio de Janeiro
onde desenhava e imprimia letras, faturas, circulares, preços-correntes ,
bilhetes, música, etiquetas para botica, vinhetas e desenhos,como também
produzia litografias de maior significação artística , inclusive caricaturas
sobre tipos de cenas de costumes da époc. Fez também inúmeras pinturas e
litografias, tendo como tema os panoramas da cidade. Morreu na segunda metade
do Século XIX.
Angelo Agostini
Em 1854 a Ilustração Brasileira , de que ao que
se sabe circularam apaenas nove números,
já havia publicado em seu número inaugural, uma página de caricaturas,
provavelmente de autoria de Francisco Moreau. No mesmo ano, tinha também
aparecido com caricaturas a publicação bilíngüe L´Íride Italiana. Em 1855
apareceu Brasil Ilustrado, desenhos humorísticos de Sebastien Auguste Sisson.
Essa inclusão de caricaturas, no entanto era ainda apenas adicional.
O homem que
realmente revolucionaria o gênero com a publicação regular sistemática da
caricatura seria o italiano Angelo Agostini, que chegou ao Brasil em maio de
1859 vindo de Paris onde estivera estudando pintura. Seus primeiros três meses
foram no Rio de Janeiro, dirigindo-se depois para São Paulo. Precursor da
fotografia na capital paulista, então pequena cidade com cerca de 20 mil habitantes,
ali chegou, no dizer de Monteiro Lobato “ com muita coragem no ânimo e uma
pedra litográfica sob o braço “.
Angelo Agostini
nasceu em Vercelli, Piemonte na Itália
em 8 de abril de 1843. Passou a infância e a adolescência em Paris.
Quando para o Brasil trouxe a família.
Em São
Paulo, fundou o Diabo Coxo e trabalhou em O Cabrião . O Diabo Coxo era uma
floha ilustrada onde agostini tinha como sócios Luís Gama e Sizenando Nabuco,
contando ainda com a colaboração ativa de Américo e Bernardino de Campos .
Começou a circular em primeiro de outubro em formato e pequeno. Com quatro
páginas e, de inicio era parcamente ilustrado. A revista viveu pouco mais de um
ano com interrupções, revelando – o estilo inconfundível de Angelo Agostini.
Nele p extraordinário artista firmou suas posições libertárias e anti –
clericaisque devem ter contribuído para fazer gorar o empreendimento. Por motivo
das aberturas financeiras foi impossível mantê-lo , e a publicação deixou de
circular em 24 de novembro de 1865.
O Cabrião
apareceu uma ano depois , começando circular aos domingos em primeiro de
outubro de 1866. Nele Agostini tinha os mesmos companheiros.
Angelo
Agostini era dono de um estilo pessoal, muito diferente e superior ao de seus
contemporâneos e concorreu com suas charges para muita agitação na capital
paulista. Trasferiu-se para o Rio de Janeiro, por motivos de perseguições e
vinganças resultantes de suas caricaturas. No Rio colaborou em O Arlequim e
Vida Fluminense. Fundo e manteve,de 1876 a 1891 a Revista Ilustrada publicação
de desenho humorístico de grande prestigio e popularidade durante duas décadas.
Nesse veículo, como nos anteriores
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