E o eterno Super-Homem Christopher Reeve completaria hoje 60 anos!
Um verdadeiro herói completaria hoje, merecidamente, 60 anos! Mas infelizmente ele nos deixou cedo porém com a missão cumprida. Obrigado, Reeve!
Existem pessoas que ao longo de suas vidas deixam lições e um legado de coragem e humanidade para as futuras gerações. E mesmo depois de sua morte, essas pessoas não são esquecidas, já que sua contribuição para este mundo não se limitava à apenas um ensinamento, mas sim, a construção de um entendimento sobre quem somos e o que podemos fazer pelos nossos semelhantes. Com essas pessoas, independente, do que se propõem a fazer neste mundo, o importante é o valor que seu trabalho tem para os outros.
Christopher D’Olier Reeve nasceu há exatos 60 anos e desde muito jovem, se propôs a interpretar nas telas do cinema uma série de personagens marcantes, mostrando para o público os mais diversos valores e aspectos da nossa espécie. Durante sua carreira ao longo dos anos 70 e 80, ele fez diversos papeis, em filmes clássicos e sempre lembrados como “Em algum lugar do passado”, “A cidade dos amaldiçoados”, “Vestígios do dia” e “Ana Karenina”, e em muitas produções para a televisão.
Mas sem dúvida, seu papel mais importante na carreira de Christopher Reeve foi o do Homem de Aço nos quatro filmes do Superman, entre os anos de 1978 e 1987. O herói kryptoniano vivido por Reeve é ainda hoje a versão mais fiel do personagem fora dos quadrinhos, tanto pela forma física do ator, quanto pela sua interpretação segura e emocional, fosse como o personagem heróico, quanto como seu alter-ego Clark Kent.
Sua maior glória, também foi um de seus maiores adversários, já que mesmo com vários trabalhos e com o talento reconhecido por público e crítica, Reeve jamais obteve o mesmo sucesso alcançado com o Superman, mesmo com os dois últimos filmes da série, considerados os mais fracos dos quatro produzidos e renegados por muitos fãs do personagem.
Reeve continuava trabalhando como ator, até o fatídico dia 27 de maio de 1995, quando caiu de um cavalo e fraturou gravemente as duas primeiras vértebras cervicais, ficando tetraplégico desde então, perdendo todos os movimentos do pescoço para baixo. Mesmo assim, continuou atuando em pequenos papeis na televisão, como numa versão do clássico de Hitchcock “Janela Indiscreta”, e na série “Smallville”, no papel de um cientista que revela dados sobre o passado kryptoniano de Clark Kent. Um dos momentos mais emocionantes da televisão mundial aconteceu no ano seguinte, quando Reeve se apresentou no palco da cerimônia de entrega do Oscar, sendo ovacionado pela plateia presente ao evento.
Paralelo a isso, Reeve passou a lutar em benefício das pesquisas com células-tronco, sempre declarando que um dia voltaria a andar, pelo seu esforço, pelo amor de sua família e com o empenho dos cientistas.
Um passo importante nessa história foi a criação da Christopher Reeve Paralysis Foundation, buscando melhorar a qualidade de vida das pessoas que como ele sofriam pela paralisia, mas que acreditavam na esperança de um futuro para suas vidas. Seus esforços humanitários lhe renderam em 1996 a condecoração com a Ordem Bernard O’Higgins, em reconhecimento aos atores chilenos durante a ditadura de Pinochet, e um prêmio Lasker em 2003, este considerado como uma “versão norte-americana” do Prêmio Nobel.
Ao longo dos anos, o herói de físico atlético que conhecemos se tornou um homem alquebrado pela sua condição, agravada por diversos problemas cardíacos e respiratórios decorrentes da paralisia, mas sem jamais perder a humanidade e o senso de valor, que também aprendemos com suas interpretações.
Mesmo enfraquecido, Reeve nunca se abateu e sempre se mostrou como um exemplo para a humanidade, mostrando que por maiores que fossem nossos adversários ou obstáculos, nossa força e fé nos ajudariam a encontrar a saída.
Infelizmente, o homem perdeu a batalha e faleceu no dia 10 de outubro de 2004, mas tornou-se muito maior do que o personagem que interpretou nas telas. Ele nos ensinou que somos fortes apesar dos desafios, e que precisamos amar as pessoas, assim como necessitamos do amor delas.
Desde 1992, Christopher Reeve era casado com Dana, a companheira que estava ao seu lado no último momento e que continuou sua luta. Desde o acidente, Dana dedicou-se exclusivamente ao marido e à sua causa, até que em 6 de março de 2006 também faleceu, quem sabe para permanecer ao lado de seu amor e juntos continuarem a nos inspirar.
O filho do casal, Will, foi adotado pelo ator Robin Williams, grande amigo da família e a pessoa que mais ajudou Christopher Reeve desde o momento de seu acidente. Reeve foi uma das pessoas que ajudou Williams no início de sua carreira.
Christopher Reeve completaria hoje 60 anos, ou seja, nos deixou ainda muito jovem. Era talentoso e se mostrou um herói de verdade, dedicando sua vida a combater a dor e o sofrimento, não apenas em si, mas de muitas pessoas, que talvez sequer o conhecessem, nem a sua importância para a história do cinema e da cultura pop.
Quando tomamos contato com uma revista do Superman pela primeira vez, conhecemos um herói cheio de poderes e valores, que luta contra os mais diferentes tipos de vilões e ameaças, tudo para manter vivos os ideias de justiça e verdade em cada pessoa. E quando assistimos pela primeira vez ao filme “Superman” de 1978, ampliamos essa experiência, por meio da materialização daquele personagem. Mais do que acreditar que um homem pode voar, esse filme e seu ator principal, nos mostrou que o maior dos heróis vive em cada um de nós.
A vida de Christopher Reeve é uma lição para todos nós e sua trajetória é uma das maiores e mais importantes histórias já contadas, pelo simples fato de que ela foi uma história real. O Superman definitivo, Christopher Reeve é o herói para todos nós.
Saudades e homenagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário