segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Por Onde Anda o Capitão Aza (1994)

CAPITÃO AZA





Capitão Aza foi um personagem infantil da televisão brasileira.
... Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil!, aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante e chefe das forças armadas infantis deste Brasil.
Com estas palavras, começava o programa Clube do Capitão Aza, sucesso infantil da antiga TV Tupi Rio que esteve no ar durante 14 anos.

História
Capitão AZA foi criado em Setembro de 1966 durante a ditadura militar, servindo como homenagem a um falecido herói da FAB que lutou na Segunda Guerra Mundial, o capitão aviador Adalberto Azambuja, que era conhecido como AZA entre os aviadores.
O Capitão AZA, com seu uniforme aeronáutico e o capacete de piloto com o "A" com duas asas, era interpretado pelo ator e policial civil Wilson Vianna, e foi criado para tentar superar o programa concorrente da Rede GloboCapitão Furacão, tendo conseguido tal objetivo ao, após alguns meses, liderar a audiência junto dos mais jovens.
O Capitão Aza buscava trazer à tona bons conselhos como estudar, respeitar os mais velhos, compartilhar da amizade, carinho e amor das pessoas. Sempre que possível e principalmente nos finais de semana, levava as crianças a passeios turísticos promovidos pela TV Tupi junto com os patrocinadores Riotur e Casas Sendas. Ídolo de toda uma geração, passou a fazer parte do imaginário das crianças de então, que não parecem esquecê-lo até hoje.
O programa dava a oportunidade às crianças de se tornarem artistas através da "Mini Change", espécie de programa de calouros, onde eles eram julgados por um Júri. Os melhores ganhavam cadernetas de poupança e outros prêmios.
Durante os 13 anos que esteve a frente do programa, Wilson Vianna visitou aproximadamente 100 escolas por ano, mantendo assim estreito contato pessoal com os fãs do programa. Em suas visitas, sempre se fazia acompanhar de um guarda policial-militar, um marinheiro, um bombeiro e um ex-oficial da FEB, levando a sua mensagem de civismo às crianças.
Nas datas festivas como o 7 de Setembro, o desfilava com sua possante moto na Av. Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, além de exaltar os feitos dos ex-combatentes (pracinhas) na campanha da Segunda Grande Guerra Mundial.

O programa
Era apresentado de segunda à sexta, inicialmente apenas para o Rio de Janeiro e a partir de 1974 para todo o Brasil via satélite Embratel. Teve diversas fases e durações. Chegou a 4 horas de duração e por fim, em 1979 , 1h e 15 minutos. No princípio era apresentado de dentro de um pequeno avião. Já nos anos 70 ganhou um novo cenário (mais futurista) lembrando uma nave espacial. Em 1974 ganhou mais um cenário. Com o advento da TV em cores, o Capitão Aza teve de se adaptar à nova tecnologia e pintou seu capacete, até então branco, na cor abóbora, para ficar talvez mais visível no espaço de seu cenário. Os efeitos eram elaborados pelo técnico visual J. Reis.

Entre suas principais atrações, estavam os desenhos dos Heróis MarvelCapitão AméricaHomem de FerroThorHulkNamor e Homem Aranha  Também houve espaço no horário para as séries de "Supermarionation" (animações de marionete) tais como, ThunderbirdsCapitão EscarlateJoe 90 e Stingray. Outros desenhos apresentados em seu programa foram os desenhos da Turma da Pantera Cor de RosaGrump, O Feiticeiro TrapalhãoAnjo do EspaçoSuper Robin HoodMr. MagooEsper: o Garoto a JatoVingadores do EspaçoRobô Gigante, Jerry Lewis (desenho) King Kong (desenho), Brasinhas do Espaço entre tantas outras.

Em 1975, o Clube do Aza apresentou a série Batman, com Adam West, pela primeira vez a cores. Também em 1975, foi resgatado o desenho Speed Racer, que tinha sido exibido pela Tv Globo carioca em 72/73 e como aquela ainda não era transmitida em rede nacional, não teve tanta repercussão. Quando exibido pela Tupi dentro do programa, o desenho alcançou o sucesso nacional.
A despedida
Em 1979, depois de 10 meses sem pagamento, assim como os demais funcionários da Tv Tupi, Wilson Vianna apresentou o último Capitão AZA, dizendo como despedida que teria de partir para uma missão no espaço.
Depois disso, houve uma tentativa de se rodar um filme sobre a personagem mas, por falta de patrocínio, o projeto foi cancelado. Em 1981, estava praticamente certo o seu retorno pela TVS. De contrato praticamente acertado com Moysés Weltman (diretor da TV na época), Wilson sofreu o seu segundo enfarte.
Aconselhado pelos médicos e seus familiares a não voltar mais à televisão, pois poderia o expor a mais um infarto, o que poderia ser fatal, o Capitão se retirou definitivamente da mídia, preferindo se dedicar a seu Hotel/Pousada em Penedo (região serrana do Rio de Janeiro), onde recebia velhos amigos como Flávio CavalcantiRoberto Carlos e Aérton Perlingeiro entre outros. Ainda voltaria para algumas pontas cinematográficas em dois filmes: "Atrapalhando a Suate" de 1983 com DedéMussum e Zacarias e "Os Trapalhões e o Mágico de Orós" de 1985 com Os Trapalhões e Xuxa (sua eterna fã). Também participou de alguns capitulos da minisérie "Marquesa de Santos" em 1983 na Rede Manchete. Depois disso, preferiu viajar o mundo todo. Era também membro da Academia de Cinema de Hollywood.
Wilson Viana era delegado da polícia civil, e além de interpretar o Capitão AZA atuou em 63 filmes. O ator veio a falecer a 3 de Maio de 2003, com 75 anos, vítima de seu terceiro enfarte. Ele se encontrava no Mato Grosso do Sul, com sua mulher, filho e nora, onde passava uma temporada.
Em 21 de fevereiro de 2007 faleceu o seu filho, Eduardo (Dudu) Vianna, em um acidente de moto ocorrido em 15 de fevereiro do mesmo ano, no túnel Zuzu Angel, na cidade do Rio de Janeiro.


ESTÚDIOS HANNA-BARBERA


Heróis Hanna Barbera



Introdução

Uma tradição dos estúdios Hanna-Barbera sempre concedeu inteligência quase humana aos animais, transformando-os de quadrúpedes a bípedes, dando-lhes gravata borboleta, chapéu e o dom de falar. A fórmula usada trouxe, geralmente, valentes personagens, que perambulam pelo Mundo em busca de aventuras, sempre acompanhados de um fiel escudeiro.
Entre 1957 e 1959, o estúdio criou engravatados como Zé ColméiaDom PixoteJambo e RuivãoPlic e Ploc, entre vários outros. Até que, em 1960, William Hanna e Joseph Barbera decidiram que os protagonistas da sua próxima animação deveriam ser humanos e não animais. Surgiram então Os Flintstones.
Cinco anos depois, em 1965, a "HB" estreou A Formiga Atômica, seu primeiro super-herói, mesmo que o protagonista ainda fosse um animal falante (no caso, um inseto).
Logo vieram os desenhos animados da Marvel Comics (Capitão AméricaHulkThor e Namor), que viraram fenômeno, fazendo com que a "HB" investisse em super-heróis com forma humana ou similar. Mesmo não apresentando um primor de qualidade, surgiram personagens como Space Ghost e Homem-Pássaro, que fizeram grande sucesso e são lembrados até hoje.
Ao contrário dos personagens da Marvel, os heróis da Hanna-Barbera não possuem origem definida e tampouco qualquer exploração psicológica. São heróis e vilões claramente influenciados por similares nos quadrinhos, com tramas simples, do tipo "cientista ou alienígena maléfico com planos de dominar o Mundo, luta contra os heróis e acabam derrotados". Ponto final. Nada de sentimentalismos, seqüências ou questionamentos. Apenas ação.
Este especial, gradativamente, matérias sobre todos os super-heróis dos estúdios Hanna-Barbera, que rechearam as tardes dos anos 70 e 80 na tevê brasileira.

Dinamite o Bionicão

Título: (Dynomutt, the Dog Wonder/1976/EUA/Cor)
Formato: 
16 episódios de 22 minutos em 1 temporada
Dublagem: Herbert Richers/RJ - Orlando Drummond [Bionicão], Nílton Valério [Falcão Azul/Radley Crown], Sílvio Navas [narrador].
Bionicão é um atrapalhado cão-biônico e parceiro do herói Falcão Azul. Juntos, eles ajudam o prefeito de Cidadópolis prender criminosos que a polícia não conseguiu. O desenho é uma mistura entre Batman e Scooby-Doo e não poupa referências a estes personagens. Sempre que a cidade está em perigo, o Falco-Sinal é enviado a uma base de operações na cobertura de um apartamento, onde a dupla assiste em uma TV o chamado do Falco 1.
Assim, imediatamente, eles se transformam em super-heróis para promover a justiça e auxiliar os indefesos, travando lutas contra vilões muito perigosos. O grande problema é que sempre que o Falcão Azul está prestes a prender os bandidos, o atrapalhado Bionicão põe quase tudo a perder com seus circuitos entrando em curto, que acionam ferramentas no momento errado.
O cão-herói também pode esticar todos os membros do corpo, graças às suas habilidades especiais. Já o Falcão Azul usa sua inteligência como arma, além de equipamentos tecnológicos de última geração, abrigados no cinto do Falcão Azul (referência a Batman, mais uma vez).
Participação de Scooby-Doo
e sua turma
Por trás da máscara do Falcão Azul está Radley Crown, um homem milionário que tem uma vida social ativa, mas que esconde sua identidade de super-herói.
O desenho estreou em 1976 nos EUA, tendo um total de 20 episódios, exibidos dentro do Show do Scooby-Doo.
Dinamite, o Bionicão ficou marcado como o primeiro desenho da história a escalar um personagem afro-descendente como um oficial. No caso, como um prefeito.
A dublagem brasileira do desenho ajudou-o a conquistar a garotada, não importando que é exatamente a mesma voz de Scooby-Doo (Orlando Drummond).

Galaxy Trio

Título:(GalaxyTrio/1967/EUA/Cor)
Formato: 
20 episódios de 6 minutos em 1 temporada
Dublagem: Herbert Richers/RJ - Maurício Barroso [Homem-Vapor], José Santana [Homem-Meteoro], Sumara Louise [Mulher-Flutuadora].


Galaxy Trio é uma força policial formada pelos extraterrestres Homem-Vapor, Mulher-Flutuadora e Homem-Meteoro, onde cada personagem tem poderes especiais, de acordo com seu planeta de origem. Do planeta Vaporus, o Homem-Vapor, como o nome já entrega, se transforma em vapor ou em qualquer tipo de gás. A Mulher-Flutuadora, nativa do planeta Gravitas, pode controlar sua gravidade ou a de qualquer objeto. Por fim, o Homem-Meteoro, do planeta Meteorus, aumenta sua força e tamanho como bem entender.
A bordo da nave Condor I, o Galaxy Trio patrulha e combate vilões de todo o Universo. Geralmente, ele recebe pedidos de socorro de civilizações intergalácticas que estão sofrendo algum tipo de ameaça.
Galaxy Trio, também desenhado por Alex Toth, estreou em setembro de 1967 na rede americana CBS, dividindo o espaço de 30 minutos com a série Homem-Pássaro.

Homem Pássaro

Título:(Birdman/1967/EUA/Cor)
Formato: 
40 episódios de 6 minutos em 1 temporada
Dublagem: Herbert Richers/RJ - Márcio Seixas [Homem-Pássaro], Mike Road [o falcão Vingador] (mantidos no original), Luiz Manuel [Menino-Pássaro], Pietro Mário [Falcão-7].

O agente secreto Ray Randall foi selecionado por um sumo sacerdote do Deus egípcio do Sol para ser o emissário de Ra na Terra. Além de possuir asas, o Homem-Pássaro, como é chamado, emite raios e cria um escudo de proteção ao captar energia solar. Quando suas reservas energéticas estão reduzidas, recarrega seus poderes expondo-se aos raios do Sol.
A missão do Homem-Pássaro é lutar contra os mais diversos tipos de monstruosidades e criminosos que ameacem a paz na Terra, como robôs espaciais, aranhas gigantes, monstros marinhos, cientistas loucos, entre outros.
O herói vive dentro de um vulcão extinto, oculto entre uma cadeia de montanhas. Ao sinal de algum perigo no Universo, o Falcão Sete - misterioso chefe da organização - aparece na tela de um computador alertando sobre o problema. Terminadas as instruções, um portal metálico no vulcão se abre e o Homem-Pássaro, acompanhado de sua águia Vingador, voam para mais uma missão, com seu brado "Hooooomeeeem-Pássaro!".
Na segunda temporada da série, o Homem-Pássaro ganhou um novo aliado: o Menino-Pássaro, que deu um pouco mais de ação às histórias.
Criado por Alex Toth e Hanna-Barbera, Homem-Pássaro foi exibido de 1967 a 1969 na rede americana NBC, dividindo o espaço de 30 minutos com o desenho Galaxy Trio.

O Poderoso Mightor

Título: (The Mighty Mightor/1966-67/EUA/Cor)
Formato: 
36 episódios de 6 minutos em 1 temporada
Dublagem: Cine Castro/RJ (Domício Costa [Mightor], Rodinei Gomes e Carlos Marques [Tor], Ênio Santos e Jomery Pozzoli [Chefe Pondo], Angela Bonatti [Sheera] e Glória Ladany [Rok]).



Tor é um jovem que vive em uma aldeia em plena Idade da Pedra. Certo dia, após salvar a vida de um velho eremita, recebeu uma clava mágica como recompensa. Ao levantá-la e pronunciar o nome "Mightor", Tor se transforma em uma espécie de super-herói pré-histórico, que tem super-força, capacidade de voar e emitir raios pela clava. Mightor usa uma máscara para esconder sua identidade e proteger a aldeia em que vive.
O único que conhece a identidade do herói é Tog, sua audaz e fiel ave brontossauro, que também recebe super-poderes da clava e se transforma em um valente dragão.
Convivem com Tor a sua bela companheira Sheera, e seu pequeno irmão Li’l Rok, ambos filhos de Pondo, o chefe da aldeia. Li’l Rock é responsável pelos momentos cômicos da série. Ele tem uma fixação por Mightor e freqüentemente veste-se como o herói, acompanhado por Dodo Ork, um pterodátilo vermelho, saindo em busca de aventuras. Mas acaba tornando alvo fácil dos inimigos. Sheera também é alvo fácil, o que dá bastante trabalho a Mightor.
Outro personagem desta série animada é Bollo, o animal de estimação de Sheera, que é uma mistura de mamute com elefante.
Nas histórias, humanos, dinossauros e monstros de todos os tipos vivem em uma mesma época, algo que hoje, sabe-se claramente que nunca aconteceu. Os inimigos da aldeia geralmente são animais pré-históricos, homens primitivos ou gigantes.
O Poderoso Mightor foi criado por Alex Toth e estreou em setembro de 1967 na rede americana CBS, dividindo o espaço de 30 minutos com o desenho Moby Dick.

O Jovem Sansão

Título: (Young Samson/1966-1967/EUA/Cor)
Formato: 
20 episódios de 10 minutos em uma temporada
Dublagem: Dublasom/Guanabara/RJ (Carlos Marques [Sansão]; Don Messick [Golias] {efeitos vocais mantidos no original}.
As aventuras de um adolescente e de seu esperto cão Golias. Enquanto eles viajam por estradas em uma pequena motocicleta, sempre aparecem problemas a enfrentar, geralmente causados por um maléfico cientista, um super-vilão, monstros ou criaturas espaciais. Para enfrentar esse time, o jovem bate os dois braceletes dourados que traz em seus pulsos e grita: "Pela força de Sansão!". Imediatamente ele se transforma em Sansão, um homem adulto muito forte, resistente e ágil. Em seguida, Sansão torna a bater braceletes para transformar Golias em um poderoso leão.



O herói é capaz de dar grandes saltos e provocar ondas de choque com seus braceletes. O leão Golias também pode saltar longe, emitir raios de energia de seus olhos e destruir objetos através de seus altíssimos rugidos. Se for necessário, Sansão pode acionar novamente seus braceletes durante os combates para aumentar os poderes da dupla.
Sansão é na verdade um personagem bíblico. Ele teria sido um mortal com força sobre-humana, fornecida por Deus enquanto ele mantivesse os seus cabelos longos. Nesta série animada, a Hanna-Barbera o recriou em uma versão moderna. Golias também é um personagem da bíblia, mas neste caso apenas empresta seu nome ao cão/leão.
O Jovem Sansão teve um total de 20 episódios e dividiu o horário com o desenho Os Brasinhas do Espaço. A estréia na tevê americana aconteceu no dia 10/09/1966, em uma manhã de sábado. No mesmo dia, estrearam também os desenhos Shazzan e Os Herculóides, que também são produções da Hanna-Barbera.
Há um grande sucesso dos anos 80 que foi inspirado nesta série clássica do Jovem Sansão. É He-Man e os Mestres do Universo, dos estúdios Filmation. Como Sansão, o príncipe adolescente Adam transforma-se no adulto He-Man e, como acontece com Golias, seu tigre de estimação Pacato se transforma no Gato-Guerreiro, um animal muito maior e mais forte que o original.

Os Herculóides

Título: (The Herculoids/1966-1969/1981-1982/EUA/Cor)
Formato: 
49 episódios de 7 minutos em  duas temporadas
Dublagem: 1ª Temporada » Cine Castro/RJ e SP (Mílton Rangel [Zandor]; Ruth Schelske [Tara]; Luiz Manuel [Dorno]; Mike Road [Zok, Tundro e Igoo] {efeitos vocais mantidos no original}; Don Messick [Gloop e Gleep] {efeitos vocais mantidos no original}. 2ª Temporada » Telecine/RJ.
Os Herculóides é um grupo formado por cinco animais  munidos de poderes especiais que defendem seu planeta contra forças malignas que desejam conquistá-lo. Eles vivem em Quasar, um planeta habitado por diversas criaturas bizarras e monstruosas.

Igoo é um gorila de pedra gigante, que possui uma força descomunal, em uma mistura de "Pé Grande" com a "Coisa", do desenho Os 4 Fantásticos. Tundro é uma espécie de rinoceronte pré-histórico encouraçado, que lança pedras de energia de seu chifre que explodem com o impacto. Ele também pode estender suas oito patas para obter um efeito de elevador com o corpo. Zok é um dragão voador que emite raios laser a partir de sua cauda e olhos. Geralmente, transporta Zandor, Tara ou Dorno em suas costas. Para completar a equipe -- como não poderia deixar de existir em desenhos da Hanna-Barbera --, duas simpáticas e divertidas criaturas: Glup e Glip. Elas são massas vivas que podem obter qualquer forma imaginável, inclusive, podem se multiplicar. Com formação protoplásmica, geralmente usam seus corpos como escudo para defender os Herculóides dos ataques inimigos. Glup e Glip serviram de inspiração para a Hanna-Barbera mais tarde criar outro personagem: Shmoo, a foca-fofa.
Zandor é líder dos Herculóides e rei de Amzot, uma terra desértica e rochosa de Quasar. Apesar de não apresentar superpoderes, Zandor vive equipado com um escudo de múltiplas utilidades e com um super-estilingue para repelir ataques inimigos. Tara é sua bela esposa e rainha de Amzot. Frequentemente se torna presa fácil das forças do mal. Outro alvo dos inimigos é Dorno, filho do casal. Ainda jovem, sonha em virar um herói igual ao pai.
Zandor e os Herculóides conhecem alguns segredos de Amzot, como as rochas explosivas. Dentro de uma caverna, no alto de uma montanha, há uma rocha que explode com impactos, neutralizando seus inimigos, que geralmente são formigas e aranhas gigantes, homens mecânicos ou piratas espaciais.
Como já mencionado na introdução deste especial, os estúdios Hanna-Barbera nunca se preocuparam em contar a origem de seus heróis, tampouco as sequências de suas vidas. Desta forma, não se sabe como Zandor, Tara e Dorno foram parar em Quasar.
Os Herculóides foi um dos desenhos de ficção científica de maior sucesso dos estúdios Hanna-Barbera. Estreou nas manhãs de sábado da rede CBS em 9 de setembro de 1967, com aproximadamente 7 minutos de duração cada episódio, apresentados dentro de um segmento de meia-hora. Ficou no ar por dois anos com 38 episódios produzidos.
Reprises dos Herculóides foram mais tarde apresentadas como parte do desenho Super Globetrotters, em 1978. Três anos depois, em 1981, mais 11 episódios de Os Herculóides foram produzidos para a rede NBC, como parte do programa Space Stars, que também exibiu novas aventuras do herói Space Ghost.
Os Herculóides foram criados por Alex Toth, principal desenhista da Hanna-Barbera nos anos 60 e 70. Isso explica a semelhança do desenho com outro grande sucesso da Hanna-Barbera- Jonny Quest, outra criação de Toth. O artista também imprimiu seu traço revolucionário em criações como Homem-PássaroSpace Ghost,Mightor, Galaxy Trio e Superamigos.

Os Impossíveis

Título: (The Impossibles/1966-1967/EUA/Cor)
Formato: 
36 episódios de 6 minutos
Dublagem: AIC/SP. Gastão Renné [Homem-Mola]; Older Cazarré [Homem-Fluido]; Carlos Alberto Vaccari [Multi-Homem]; Ibrahim Barchini (narrador).
Os Impossíveis, juntamente com Frankenstein Jr., dividiram o mesmo horário na tevê americana e sempre fizeram muito sucesso entre a garotada.  Com um visual moderno para a época, explorando roupas e penteados de grupos de rock como The Beatles, Os Impossíveis mostra as aventuras de três super-heróis que são músicos nas horas vagas.

Coil, o Homem-Mola é o líder do trio. É ele quem recebe as instruções do chefe, que aparece em um mini-televisor instalado na ponta da guitarra. Coil é baixinho, gordinho e possui molas nas pernas e mãos, que aumentam sua mobilidade e alcance.
Já o Homem-Fluido pode transformar seu corpo em qualquer tipo de líquido, facilitando o acesso a locais estratégicos. O curioso é que seu traje de super-herói é uma roupa de mergulho com máscara, inúteis para um ser que se transforma na própria água.
O Multi-Homem passa uma imagem de jovem desligado, com uma franja cobrindo os olhos, mas é ágil e poderoso. Cria várias duplicatas de si mesmo, que desorienta os vilões facilmente. Além disso, "Multi" auxilia o grupo a atravessar pontes e acessar lugares altos. Carrega consigo um escudo com um grande "M" gravado e seu bordão é: "Você pegou todos...menos o original".
"Vamos nós!" é o famoso grito de guerra do trio, que ao chamado do chefe para deter algum malfeitor, abandona o que estiver fazendo (geralmente um show) e se transforma nos Impossíveis. O palco do grupo vira o Impossicar, o carro-voador que pode até se converter em um barco, van ou submarino.
Entre os vilões da série, destaca-se o Paper-Doll, capaz de passar por baixo de portas como uma folha de papel, e o Beamatron, armado com mortais raios laser. Como diriam os vilões derrotados, "esses Impossíveis são mesmo impossíveis!".
O desenho, que antes de se chamar Os Impossíveis chamou-se "The Incredibles", foi exibido na rede norte-americana CBS e virou histórias em quadrinhos no final da década de 60, produzidas pela editora norte-americana "Gold Key". No Brasil, foram publicadas em 1967 pela editora O Cruzeiro e, posteriormente, no almanaque "Heróis da TV" da editora Abril.
Em 1979, a Hanna-Barbera fez uma tentativa de readaptação de Os Impossíveis, com o titulo Os Super-Grobtrotters. Foram 13 episódios produzidos, mostrando aventuras dos Harlem-Globetrotters, o famoso time de basquete dos EUA, marcado pelos fantásticos malabarismos com a bola em jogo. No desenho, eles sempre perdem o primeiro tempo de um jogo contra mal-feitores, mas revertem a situação ao entrarem em quadra como super-heróis. Os Super-Globretrotters são formados pelo Homem-Esfera (uma adaptação de Coil), Multi-Homem, Homem-Fluido, Homem-Espaguete e Variedades. Apesar de alguns heróis terem os mesmos nomes e poderes que Os Impossíveis, não se trata exatamente dos mesmos personagens.

Frankesntein Jr

Título: (Frankesntein Jr./1966-1968/EUA/Cor)
Formato: 
18 episódios de 6 minutos
Dublagem: AIC/SP. José Soares (1ª voz) e Henrique Martins [Frankenstein Jr.]; Magali Sanches (1ª voz) e Maria Inês [Bob Conroy]; Wilson Ribeiro (1ª voz) e Marco Ribeiro [Prof. Conroy]; Ibrahim Barchini (narrador).
Buzz Conroy é filho do Dr. Conroy, um famoso cientista que criou Frankenstein Jr., um robô gigante com superpoderes, inteligência e capacidade de voar. Como o nome já indica, Frankenstein Jr. tem certa aparência do famoso monstro do cinema.
Em boa parte do tempo ele permanece desligado e escondido dentro do laboratório dos Conroy. Se alguém estiver em perigo, Bob aciona o robô através de um raio emitido por seu anel. Enquanto o garoto voa sobre os ombros do gigante de lata, o Dr. Conroy os monitora e auxilia de seu laboratório.
A inteligência artificial de "Frank" (como Bob o chama) dá condições para que ele possa falar e entender as ordens dadas por Bob.
A exibição original do desenho se deu no show Frankenstein Jr. e Os Impossíveis, onde o horário foi divido com outros famosos heróis da Hanna-Barbera, Os Impossíveis.

Space Ghost

Título: (Space Ghost/1966-1968/EUA/Cor)
Formato: 
42 episódios de 6 minutos (série de 1966), 22 episódios de 6 minutos (série de 1981).
Dublagem: AIC/SP. Arakém Saldanha [Space Ghost]; Rita Cleós [Jan]; Olney Cazarré [Jace]; Don Messick [Blip] {mantidos do original}; Ibrahim Barchini [narrador].

Na metade dos anos 60, a emissora americana CBS estava perdendo audiência no concorrido "saturday morning" (manhãs de sábado) para a rede ABC. Foi então que encomendou uma série animada aos estúdiosHanna-Barbera, que devesse conter muita ação e que fosse estrelada por um super-herói. Como o estúdio ainda não contava com bons roteiristas e desenhistas especializados em ficção-científica, a HB contratou o desenhista Alex Toth, que já havia trabalhado em quadrinhos dos personagens Flash e Lanterna Verde da DC Comics. Joe Ruby e Ken Spears, que anos mais tarde criariam o estúdio Ruby Spears Productions, ficaram responsáveis pelos roteiros. Assim, Toth criou em 1966 o herói interplanetário Space Ghost, inspirado em outro herói, dos quadrinhos, chamado The Spectre, da editora Marvel Comics.
O desenho Space Ghost foi exibido originalmente dentro do programa Space Ghost & Dino Boy, com estréia nos EUA em 10/09/1966. Foi ao ar até setembro de 1968 e apresentou um episódio de Dino Boy e dois deSpace Ghost por sábado.
A missão do herói é combater alienígenas malfeitores. Seus poderes se originam de um cinturão que pode deixá-lo invisível ou gerar um campo de força impenetrável ao seu redor. Seus braceletes energéticos emitem raios letais aos seus oponentes e o uniforme lhe dá poder de vôo rápido. Ele ainda possui um comunicador (é acionado no símbolo que prende sua capa) e o poder da teleportação, transformando todos os átomos de seu corpo em energia. Space Ghost pode até criar portais para viagem no tempo e no espaço.
O herói viaja na veloz espaçonave Cruzador Fantasma em companhia dos jovens irmãos Jan e Jace e do macaco-espacial Blip, que sempre promove problemas para a equipe. Os três também possuem um cinto de invisibilidade, um aparelho de comunicação e um pequeno jatinho nas costas. Jan e Jace possuem ainda uma espécie de motocicleta voadora.

Na verdade, Space Ghost é um humano chamado Tad Ghostal, que vive no Planeta Fantasma, um lugar próximo da Terra. Nas luxuosas dependências de seu quartel-general, Space Ghost conta com alojamentos, sala de comunicação com vários computadores superavançados, sala de radar e um hangar para abrigar o Cruzador Fantasma. Ele conta também com uma redoma de força impenetrável que não deixa ninguém se aproximar.
Os principais inimigos de Space Ghost são o louva-deus gigante Zorak, o cruel pirata espacial Brak e o mestre da lava vulcânica, o poderoso Moltar.
Após um ano de exibição de Space Ghost (setembro de 1967), a Hanna-Barbera lançou um episódio especial de seis partes, onde os principais vilões de Space Ghost (Zorak, Brak, Metallus, a Viúva Negra, Moltar, o Rei das Criaturas e Lokar) se uniam para destruí-lo. A fim de divulgar novas séries animadas, houve participação especial dos novos heróis da Hanna-Barbera, que estreariam ainda naquele ano: Os HerculóidesShazzamO Poderoso Mightor e Moby Dick. Posteriormente, Os Herculóides ainda ajudariam Space Ghost no último episódio da 2ª temporada da série, em 1982.
Em setembro de 1968, Space Ghost foi cancelado e substituído por outro desenho na rede CBS. Assim, a série foi reprisada em outro horário entre 27/11/1976 e  03/09/1977, desta vez dividindo o programa comFrankenstein Jr.
Em 1981, a Hanna-Barbera estreou novos episódios de Space Ghost, dentro do programa Space Stars. Foi ao ar pela rede NBC, aos sábados de manhã, por apenas um ano. O programa trouxe um episódio da Patrulha Adolescente; um de Astro (um cachorro que é policial espacial); e um terceiro desenho que poderia ser deSpace Ghost ou de Os Herculóides. Foram 22 novos episódios de Space Ghost, que foram ao ar entre 12/09/1981 e 11/09/1982. Mas estes novos episódios não mostraram  Space Ghost enfrentando seus inimigos clássicos. A cada episódio, um novo vilão foi mostrado, com exceção do Feiticeiro, que aparece em dois.

Costa a Costa

Em 1994, o herói intergaláctico voltou à tevê, mesmo que numa forma caricata. Space Ghost estrelou umtalk-show no canal pago Cartoon Network, chamado "Space Ghost de Costa a Costa". Os assistentes do programa foram outrora os seus inimigos Zorak, um louva-deus gigante que agora trabalha como tecladista e líder da banda do programa e Moltar, uma criatura de lava acomodada dentro de uma armadura metálica, que trabalha como editor do programa. Ocasionalmente outros vilões também auxiliam o herói, sendo Brak o mais popular. O programa é uma paródia aos programas de entrevista noturnos dos EUA, como David Letterman e Jay Leno, fontes de inspiração para o programa do Jô Soares no Brasil.

"Space Ghost de Costa a Costa" usou um humor irreverente, ácido e surreal, entrevistando celebridades que aparecem num televisor. As imagens de Space Ghost e dos assistentes foram aproveitadas dos desenhos originais da série de 1966, mescladas com imagens geradas por computação gráfica.
Em 1995, Space Ghost estreou outro programa seguindo o mesmo estilo, chamado de "Cartoon Planet". Tempos depois, Brak e Zorak também estrelaram um programa próprio, chamado "O Show do Brak".

A Formiga Atômica

Título: (The Atom Ant/1965/EUA/Cor)
Formato: 
26 episódios de 6 minutos em duas temporadas.
Dublagem: Herbert Richers/RJ. Rodney Gomes [Formiga Atômica]; Mariano Dublatchevicius [narrador].
A Formiga Atômica compensa seu tamanho reduzido com habilidade de voar, super-velocidade e força inigualável. Tudo isso é fruto de muito exercício físico e do Desintegrador de Átomos, um dos aparelhos de seu laboratório, que fica dentro de um formigueiro.

O herói usa um capacete com dois orifícios superiores, por onde passam duas antenas que captam sinais de perigo enviados por pessoas em perigo. Quando isso acontece, ela rapidamente interrompe seus freqüentes treinos -- geralmente um levantamento de halteres -- e voa ao local para enfrentar ladrões, mafiosos ou qualquer tipo de pessoa mal-intencionada. Seu grito de guerra é o inesquecível "Lá vai a triônica, Formiga Atômica!".
Mas, mesmo com tantos poderes, algumas missões exigem muito do herói, que volta ao seu formigueiro para levantar seus halteres um pouco mais e poder concluir a missão.
Esta série animada teve um total de 26 episódios, onde 20 foram apresentados entre 1965/67, num segmento de meia-hora, juntamente com Xodó da Vovó e Zé Buscapé. Os outros seis episódios foram exibidos entre 1966 e 1967, quando a formiga mais forte do mundo passou a ser exibida dentro do show do Esquilo Sem Grilo.
A Formiga Atômica teve ainda uma versão em quadrinhos, publicada no Brasil pela revista "Heróis da TV" (Editora Abril) entre 1975/77. Nos anos 80, o pequeno herói também foi atração nos gibis "Astros HB" (RGE, atual Editora Globo) e "HB Show" (Editora Abril).

domingo, 11 de setembro de 2011

GIBITECA HENFIL: HULK O GIGANTE ESMERALDA


Hulk, ao pé da letra, um herói incrível
Confira um resumão da carreira do Gigante Esmeralda, desde sua criação, em 1962, até a sua elogiada fase atual
Por Hugo Silva, de Portugal

Super X #19, da EbalO Golias verde é, sem sombra de dúvida, o melhor exemplo Jeckyll and Hyde do mercado das HQ. Ao contrário da obra literária, o Hulk, que supostamente seria a parte "má", era muito maior do que sua contraparte humana, a suposta "boa" face.

Isto talvez servisse mesmo para mostrar que o gigante era ambas as coisas. Tudo dependia da forma como ele era tratado, sendo que aqui pode se encontrar outra contraparte literária, quiçá filosófica, de como o ambiente pode moldar o indivíduo. Quem diz que quadrinhos não são cultura?

Este personagem foi o segundo criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby em 1962, sendo que, no começo, era cinza. No segundo número, por um problema de impressão, ele surgiu verde e, desde então, permaneceu assim, para gáudio de muitos.

Super X #21, da EbalSempre um dos grandes da Marvel, ele foi membro fundador dos Vingadores e dos Defensores, duas das maiores equipas de super-heróis da editora. Além disso, encontrou diversos heróis da "Casa das Idéias", trocando socos com quase todos. O Hulk já foi até líder de uma grande organização.

Suas personalidades variam entre inteligente e forte, sacana e forte, burro e forte, selvagem e… muito forte. Na galeria de seus adversários, realce para o Líder, o Abominável e o Louco.

Fora das HQs, o Gigante Esmeralda teve uma série de TV de longa duração, que originou inclusive três telefilmes e uma grande febre pelos raios Gama. Lou Ferrigno saltou para a fama com seus grunhidos no papel do personagem constantemente enfurecido.

Comparada com tantas outras séries baseadas em super heróis, esta foi uma daquelas que se podia ver com algum gosto. Teve ainda diversas versões em desenho animado, mas sem muito sucesso, se comparadas com os de outros heróis da mesma editora.

Super X #23, da EbalO Hulk fez parte da grande invasão e entrada do universo Marvel no Brasil, em agosto de 1967, pelas mãos da Shell, a empresa que teve a brilhante idéia de distribuir os números zero por todos os postos do País, apanhando todos os pais desprevenidos e as crianças super animadas por algo que seria, com certeza, um marco para o resto das suas vidas.

Sua primeira revista no Brasil foi a Super X, da Ebal, que trazia ainda as aventuras do Namor, em 48 páginas e preto e branco. O título durou algum tempo, mudando primeiro para 32 páginas. Mais tarde, já com o Quarteto Fantástico como companhia, passou a bimestral, permanecendo assim até o seu término.

Como curiosidade, pode-se dizer que os seis primeiros números de Incredible Hulk, assim como as aventuras do Verdão publicadas em Tales of Astonish # 59 a #69nunca foram publicados no Brasil. Na Super X saíram as fases Lee/Kirby, Lee/Kane, Lee/Buscema e outras do começo deste personagem.

Foi em 1972 que uma pequena editora chamada GEA - Grupo Editores Associados, decidiu este e outros heróis para lançar uma nova linha de quadrinhos que, infelizmente, só duraram três edições, todas elas coloridas, em formato americano, com 32 páginas, que até deixaram saudades, segundo os que tiveram a chance de lê-las.

O Incrível Hulk, da BlochForam precisos mais três anos para a editora Bloch trazer o herói de volta, lançando-o numa revista em formatinho de 48 páginas que republicava o material da Ebal. O que se podia assistir era a redefinição do personagem. Lee insistia muito na distinção Banner/Hulk, e, ao mesmo tempo, lançava coisas como o ódio dos humanos por algo diferente (General Ross e Talbot eram seus maiores expoentes), ou o confronto entre semelhantes, como o Líder e o Abominável. Era, novamente, uma tentativa de fazer com que o leitor se identificasse com um herói perseguido e desgraçado.

Chega 1979, e a editora RGE - Rio Gráfica Editora, provando seu bom trabalho com os personagens Marvel, lança a revista Incrível Hulk e, mais tarde, o Almanaque do Incrível Hulk, ambos coloridos, com 48 páginas que davam continuidade a partir do trabalho efetuado pelaEbal. Outra curiosidade é que foi nesta época que o personagem desembarcou em Portugal, primeiro pelaBloch, depois pela RGE, sendo que teve ainda edições portuguesas pela editora Distri(que relataram a fase de Lee/Kirby) e pela Agência Portuguesa de Revistas.

Hulk #1, da RGEFoi em 1983, quando da junção de toda a Marvel no Brasil, que o Hulk ganhou sua revista com maior duração, na editora Abril Jovem, começando com 80 páginas, caindo para 64 no # 53 e voltando ao número anterior no # 79. E foi nesta editora que muitos passaram a seguir suas aventuras e se apaixonaram por este maravilhoso herói. Por quê? Vamos tentar descobrir!

A revista começa pela fase de Stern/Buscema, que pouco abalou nosso Gigante Esmeralda. Foi a dupla seguinte, constituída por Bill Mantlo e Sal Buscema, que entendeu todo o seu potencial e produziu a melhor fase do personagem até hoje, a partir da edição # 8 da Abril.

Eles sempre faziam questão de frisar como o Verdão era detestado e perseguido pelos humanos, ao mesmo tempo em que retratava um Banner super inteligente, quase sempre angustiado e ainda retratando por vezes o Hulk como uma "criança grande", sem maldade nenhuma nas suas ações.

O Incrível Hulk #1, da Editora AbrilA arte de Sal Buscema foi a melhor de sua carreira e retratava com perfeição toda a intensidade narrativa de Mantlo e as constantes mudanças de humor da personagem, sendo que suas feições nunca pareceram tão selvagens como nesta altura.

Mesmo na transformação do Hulk num ser inteligente, as feições humanas eram misturadas de forma brilhante com as de um monstro. Mantlo introduziu alguns dos personagens mais memoráveis que passaram pela vida do herói, e outras fraquinhos também, típicos de um período menos feliz da indústria. Curioso notar que o autor não usou de forma exagerada nem épica, dois dos maiores adversários do herói, o Líder e o Abominável, preferindo lançar outros tão ou mais perigosos e letais, como o grupo os Alienígenas.

Rick Jones e Betty continuavam a ser a muleta da personagem, ajudando-o nas transformações diárias e nas suas fugas constantes, sendo que, durante algum tempo, a brigada juvenil fez parte dos seus conhecimentos também.

Para o Hulk, era tão comum encontrar personagens de primeiro escalão, como o Coisa, o Capitão América, o Thor ou o Capitão Marvel, quanto os outros obscuros, como, na edição # 18, com a equipe Guardiães do Deserto.

O Incrível Hulk #19, da Editora AbrilNa edição # 19, ocorreu o encontro entre Hulk e seu maior amor, Jarella, pela cabeça do Roy Thomas, tendo como co-estrelas os Vingadores. O Golias verde nunca foi tão feliz como naquele mundo minúsculo, onde era considerado um rei e tinha o amor, o carinho e a paz ao lado de quem amava.

Nesta fase, Hulk andava pelo mundo todo, em histórias memoráveis, quase sempre retratando de uma forma brilhante outras culturas e suas reações perante o Gigante Esmeralda. A aventura em Israel é um bom exemplo disso, na qual ele encontra Sabra e um povo desconfiado e assustado, como o israelita realmente é. Incrível ver como uma pessoa podia mudar encontrando alguém tão puro (como o era o herói) e sem maldade no coração, que pretendia apenas ficar sozinho e descansar.

O incrível Hulk #30, da Editora AbrilBuscema superava-se nos confrontos do Verdão com outros heróis. A ediçãoQuando um Deus enfrenta um Monstro literalmente transborda para fora das paginas as cenas de ação e de fúria. É bom recordar que, quando esta dupla estava à frente do destino do herói, ele era quase invencível, já que, quanto mais furioso ficava, mais forte se tornava, chegando inclusive a cravar os dedos em adamantium, por exemplo.

Numa certa altura, a dupla criativa surpreendeu a todos quando fez Bruce Banner assumir o controle do Hulk, que, agora sim, era o Incrível Hulk. As diferenças fizeram-se logo notar, e a Abril, numa jogada inteligente, acompanhou isso mostrando, por exemplo, muitas capas "fotográficas", como numa em que surgia o Bruce Banner da televisão.

Nesta etapa, os leitores viram que um Hulk inteligente poderia ser mais assustador do que um irracional, já que as emoções de Banner muitas vezes interferiam no julgamento dos acontecimentos.

O incrível Hulk #51, da Editora AbrilTalvez tenha sido uma forma de Mantlo mostrar que Banner não era tão inocente assim, mas sim uma parte integral do Gigante Esmeralda, para o bem ou para o mal. Mesmo assim, na edição # 30 aconteceu algo impensável: o perdão presidencial, com a presença de todos os heróis Marvel testemunhando o quão inteligente e no controle do monstro estava o cientista.

Mas a alegria durou pouco. Aproveitando o eventoGuerras Secretas, o argumentista fez com que Banner fosse perdendo lentamente o controle sobre o monstro. Para isso usou um confronto com o vilão Bumerangue e, como bom escritor que era, Mantlo fez o personagem enlouquecer aos poucos, especialmente quando ele viu que um dos seus feitos, a cura de pessoas pelo transmissor de raios Gama tinha dado errado, enlouquecendo seus pacientes.

No número # 51 começou outra saga memorável de Mantlo e seu "canto do cisne": a entrada do Hulk num mundo alienígena desconhecido como era a encruzilhada. Foi neste arco que o roteirista e Buscema despediram-se de forma brilhante, mostrando um Hulk irracional encontrando diversos povos numa dimensão para onde tinha sido enviado pelo seu amigo Dr. Estranho, depois do Golias verde ter sido forçado pelo vilão Pesadelo a enfrentar o mago.

O incrível Hulk #67, da Editora AbrilEnquanto isso, na sua mente, era travada uma batalha entre Banner e Pesadelo, mas, para vencer, o cientista prescinde de sua parte no controle do monstro, deixando-o pela primeira vez e verdadeiramente como um monstro irracional.

A fase da Encruzilhada destaca-se pelos "amigos" que o Hulk encontra, entre eles uns que só se queriam se aproveitar da sua força, como uns "pompons" ou ainda um mundo semelhante ao de Jarella, de onde, após ajudar, ele some em seguida, graças ao feitiço que o Dr. Estranho lançou sobre ele, para que desaparecesse de qualquer local em que estivesse infeliz.

Na edição # 67 rufaram os tambores! Surgia o mago John Byrne, que produziu em poucos números uma saga de se tirar o chapéu. Logo no começo, fez o Hulk ser capturado por Leonard Samson, o psiquiatra que se submeteu a uma dose de raios gama ficando com força sobre humana, mas conservando o intelecto, mostrando que algo estava errado.

O que se seguiu era impensável: Banner foi separado do Hulk. O monstro, então, foi levado pela SHIELD para ser usado como um agente superpoderoso, mas o Dr. Samson, imitando Indiana Jones, liberta o gigante enfurecido e raivoso pelo interior dos Estados Unidos.

O incrível Hulk #71, da Editora AbrilHulk começa, então, uma devastação nunca vista, e que Byrne ainda no seu auge como desenhista fez questão de mostrar e realçar a cada instante. No momento em que Banner se recupera é convocada pelo governo uma equipe de pesos-pesados para deter o Gigante Esmeralda, com heróis como Homem de Ferro, Hércules e Magnum, por exemplo.

Depois de um primeiro confronto no qual estes falham, Bruce decide convocar ele mesmo um time de Caça-Hulk, orientando-os desde o começo.

Byrne, com vontade de contar tudo e algo mais, fez no # 71 uma história extraordinária, apresentando duas tramas paralelas. Numa mostrou os Caça em ação e, em segundo plano, os preparativos para o casamento de Bruce e Betty.

Quando parecia que só numa parte acontecia ação, o roteirista introduziu um general Ross enlouquecido que disparou sobre Bruce, mas acertou Rick Jones, que saltou para o salvar.

Corria tudo muito bem até que uma briga entre Byrne e o editor-chefe da Marvel fez o roteirista partir e deixar as pontas soltas para o "meia-boca" Al Milgrom amarrar. Resultado? Um fim às pressas, numa história em que o Hulk enfrenta todos os Vingadores, que querem literalmente matá-lo, e fazendo, depois, com que o herói seja reintegrado a Bruce Banner por intermédio do Visão e um novo banho nutriente, que cria ainda duas novidades: um Hulk cinza de novo e um (argh!) novo Hulk, agora no corpo de Rick Jones.

O incrível Hulk #100, da Editora AbrilO nosso herói só decolaria de novo pela mente brilhante de Peter David, que, aliado a um artista como Todd McFarlane, fez o título recuperar um pouco da grandiosidade perdida. Ele foi inteligente ao manter o Hulk cinza, aproveitando todo o seu potencial "sacana", ao contrário dos outros argumentistas anteriores.

Além disso, a sagacidade do personagem proporcionou brilhantes aventuras, como no # 95, no qual ele enfrentou um "Anjo da morte", derrotando-o tanto fisicamente como na sua mente, onde ele se havia infiltrado. Outro bom exemplo ocorreu quando ele combateu um "selvagem" que só queria ser morto e o Hulk decide deixá-lo vivo e sofrendo.

A edição # 100 foi celebrada pela Editora Abril com a pompa e circunstância que merecia, num super especial com brindes e tudo, na qual David resgata o vilão principal Líder, tornando-o mais violento e mesquinho do que anteriormente, fazendo com que ele detone uma Bomba Gama numa cidade, com o Hulk lá dentro.

Uma nova fase se iniciava e, desta vez, curiosamente, sem o herói principal, que havia sumido, retornou mais tarde ainda cinza, mas mais sacana assumindo a identidade de Sr. Tira-Teima, um leão de chácara em Las Vegas.

O Incrível Hulk #134, da Editora AbrilEnfim, todas as fases tiveram seus altos e baixos. Peter David era mesmo assim, muito competente e escrevendo algumas histórias das melhores do Hulk e dos quadrinhos em geral, fazendo o personagem enfrentar novamente heróis como Wolverine, Coisa ou X-Factor, e retornando com os Defensores, a determinada altura.

Estava para começar outra fase memorável do Verdão pelo lápis de um artista chamado Dale Keown. Ao lado de Peter David fez o herói retornar ao seu lugar de um dos "grandes" do Universo Marvel, principalmente a partir do # 134 da Abril, no qual Samson, com a ajuda do Mestre do Picadeiro, reúne todas as personalidades do nosso herói, reunindo, pela primeira vez num só ser, um Hulk forte, inteligente, sacana e decidido.

Com sua nova inteligência, o Gigante Esmeralda associou-se a um grupo com posições estranhas, chamado Panteão, que ele mais tarde até lideraria, fazendo com que sua inteligência fosse sofrendo cada vez mais a síndrome do poder absoluto aliado a uma força indescritível.

O Incrível Hulk #165, da Editora AbrilAlia-se a isso uma minissérie na qual o Golias verde enfrenta, no futuro, uma maligna e poderosíssima contraparte sua, e fica completamente abalado em relação à sua capacidade física e psíquica.

Peter David subia na consideração de todos quando fazia histórias comoventes, inteligentes e extraordinárias como a do # 150 e seguintes, nas quais mais uma vez usou as capacidades malignas do novo Líder e dos novos Alienígenas para infernizar a vida do personagem. Ao mesmo tempo em que fez tramas como uma amiga retornando dos mortos, o roteirista produziu histórias cômicas, com o Hulk participando de uma despedida de solteiro.

Estranhamente, a revista chegou a um fim no Brasil no # 165, apesar de ser uma das prediletas dos leitores e das mais aplaudidas pela crítica. Mesmo assim, a Abrillançou as "originais" Marvel 97 e afins, nas quais o Hulk compartilhava seu espaço com uma enxurrada de heróis.

Marvel 97 #1, da Editora AbrilCuriosamente, também a qualidade de suas histórias decaiu muito, e a arte também não ajudava na já famosa fase "muscular" da Marvel. O nível foi decaindo e o herói não teve mais revista própria no Brasil. Como nos Estados Unidos sua popularidade também estava na descendente, uma mudança de escritor foi necessária.

Passado algum tempo, foi dada uma nova oportunidade a John Byrne, mas longe dos seus tempos de glória ele nada fez pelo Gigante Esmeralda, deixando-o mais afundado ainda na popularidade dos leitores.

Em seguida, Paul Jenkins, acompanhado por John Romita Jr., devolve ao personagem um pouco de sua grandeza, principalmente pela arte. Quem seguiu a revista Paladinos Marvel teve oportunidade de comprovar isso no arco em que o Hulk enfrenta seu inimigo de sempre, o Abominável.

Hulk & Demolidor #4, da Panini ComicsRomita retratou o Abominável de forma magistral, como nunca havia sido visto antes, e Jenkins "colocou a cereja no bolo", num final memorável, no qual Banner deixa o responsável pelo maior sofrimento de sua vida agonizando de forma incrível.

Nosso herói melhorou ainda mais quando se juntou a Romita Jr, o roteirista Bruce Jones e Maleev nas capas. Jones utiliza uma fórmula bastante simples: uma mistura de Twin PeaksFugitivo e um cheirinho de Arquivo X faz desta saga uma das melhores do personagem em todos os tempos.

E agora chega o filme, cercado de receios, ansiedades e esperanças. Mas uma coisa é certa: independente do seu resultado nas bilheterias, o Hulk sempre terá espaço no coração de seus fãs, enquanto for retratado como um gigante que apenas quer paz na vida e descanso.


Hugo Silva é tão fã do Hulk, que expressões como "verde de raiva" já foram incorporadas ao seu dia-a-dia há um bom tempo. Será que em Portugal ele torce para o Sporting?