O correspondente do QaQ nos EUA esteve no MoCCA - Museum of Comic and Cartoon Art e fala com exclusividade sobre a exposição dedicada ao mestre Will Eisner.
► Por Guido Moraes*

Eisner nasceu em 1917 no Brooklyn, Nova Iorque, filho de imigrantes judeus. Revolucionou a Nona Artepopularizando as Graphic Novels, histórias mais profundas, com temáticas cotidianas, focando em bons roteiros e na narrativa gráfica. A discussão sobre ter ou não inventado o termo é grande e não vai ser resolvida tão cedo, mas, Will Eisner é conhecido como o maior representante do gênero, e em 1988 foi homenageado pela indústria dos quadrinhos ao ter seu nome no maior prêmio das HQs nos EUA, o Prêmio Eisner.
O Museu é pequeno, e sobrevive de doações anuais de seus sócios, e da organização de eventos. As exposições são todas itinerantes, e por não serem de propriedade do MoCCA, não é possível tirar fotos dos originais. A exposição atual começa com o Spirit, um dos primeiros personagens de Eisner. As páginas, desenhadas a lápis preto, foram finalizadas a nanquim. Quem já viu uma página original de quadrinhos sabe muito bem que não é um quadro, que tem traços aparecendo, correções a guache e espaços negros mal preenchidos. Tudo isso obviamente por que na impressão não aparece. E o legal deste começo da exposição é justamente observar as diferenças entre as originais e as páginas impressas.

A segunda parte da exposição reserva os primeiros Graphic Novels de Eisner. Baseadas em situações do dia-a-dia ou da infância do artista, foram publicadas ainda sobre o título do Spirit, mesmo que o personagem aparecesse pouco. Mas é a capa original da primeira edição de Um contrato com Deus que realmente chama a atenção, HQ que foi o marco que consolidou a nova temática dos quadrinhos da época. Podem-se observar também várias páginas, da Avenida Dropsie, O Nome do Jogo, Ao Coração da Tempestade entre outras.
Em seguida, ainda sobre o traço do mestre, podemos observar Nova Iorque. O desenho que se transformou no pôster da exposição apresenta a variedade das figuras que caminham pela cidade até hoje. O metrô desenhado por Eisner ainda continua o mesmo, talvez mais sujo. Os prédios e as ruas cresceram proporcionalmente iguais, e os desenhos em geral retratam a cultura da cidade imortalizada em quadrinhos, quadros, filmes e museus. Emocionante.
A última parte do museu revela os artistas influenciados por Eisner. O mais impressionante, o famosoMuhammad Ali x Superman, de Neal Adams. Numa página dupla, contempla um a um milhares de personalidades famosas na platéia, de Clark Kent ao Batman, Woody Allen, Cher, Robert Plant entre muitos outros. E a sessão continua com trabalhos dedicados como agradecimento ao professor, feitos por Kirby e outros.
Para finalizar, pode-se comprar souvenires como pôsteres, impressões de sketches autografados por Eisner, HQs e etc. Vida longa ao MoCCA!
Site: http://www.moccany.org/
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